Projeto Músicos do Elo é suspenso no ano de 2020 por conta da pandemia.

O projeto Músicos do Elo foi suspenso, desde março de 2020, por conta dos limites de circulação em hospitais impostos pela atual pandemia. Novas informações e atividades serão propostas tão logo os protocolos de segurança permitam a volta dos músicos aos serviços hospitalares.

Para o presidente da Fundac, Manoel Veiga Filho, a continuidade do projeto na Santa Casa é uma resposta da Fundac ao reconhecimento da relevância do projeto, que tem sido acolhido com emoção e alegria nos vários serviços da instituição. A intenção é ampliar as atividades de intervenção musical para outras instituições da área da saúde, por meio de um novo curso de formação de músicos.

Durante o ano de 2019 e início de 2020, a cada semana, uma dupla de músicos alegra e humaniza o ambiente de cerca de 70 pacientes, 40 acompanhantes e 40 funcionários do hospital. Alguns dos setores que recebem os Músicos do Elo são a UTI pediátrica, o departamento de cirurgia e o departamento de clínica médica.

“Essa comunicação que vocês deram às pessoas tem um valor inestimável”, diz superintendente da Santa Casa aos Músicos do Elo

Na manhã dessa quarta-feira (05/09), os músicos se reuniram com representantes da Fundac e da Santa Casa para encerrar o primeiro ciclo dessa edição do projeto. Depois de meses de aula e de estágios práticos na instituição, eles receberam um certificado de participação no projeto Músicos do Elo.

Rita de Cássia, articuladora de humanização da Santa Casa – e grande responsável pela parceria firmada -, deu início ao encontro agradecendo o trabalho de todos os envolvidos no projeto. Em seguida, Victor Flusser, idealizador do Músicos do Elo, também agradeceu a recepção da instituição. “Nós não escolhemos a Santa Casa, a Santa Casa que nos acolheu”, e continuou: “vocês adicionaram uma pedrinha nesse caminho que eu tracei entre França, Itália, Espanha, Alemanha, Portugal e Brasil”, fazendo menção às edições anteriores do projeto.

As enfermeiras chefes dos departamento de cirurgia e medicina, Mariana e Simone Reis, também estavam presentes e contaram que o projeto foi muito importante, tanto para os pacientes quanto para os colaboradores da instituição. “Quando se está dentro do hospital, na maioria das vezes, só é falado sobre a doença, sobre o momento que o paciente está vivendo ali. [O trabalho dos músicos] fez os pacientes relembrarem de alguns momentos através da música. E normalmente, nós, colaboradores, estamos em um momento mais tenso e, então, [com os músicos], a cabeça dá uma renovada”, contou Simone.

Carlos Augusto Meinberg, superintendente da Santa Casa de São Paulo, também marcou presença no encontro. Ele falou sobre como o projeto atua no contraste que existe no gerenciamento da instituição. “Ao mesmo tempo em que estamos preocupados com o ser humano que está ali, nós temos que fazer a gestão [do hospital]. São duas coisas diferentes. De um lado, nós mexemos com número, com dinheiro, com compra de medicamentos… É um coisa dura, fria. Mas o nosso alvo são pessoas que precisam de calor humano, de carinho”, e completou, direcionando aos músicos: “Então, eu diria que é muito importante esse trabalho. Porque, efetivamente, nós somos uma casa de pessoas, e não só de números. Essa comunicação que vocês deram às pessoas tem um valor inestimável”.